segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DEVANEIOS
DANIEL OLIVA DE LÉLIS*

Hoje eu estou impossível e ainda ouso  devanear. E o pior de tudo, ouso divagar por escrito, pois para o Aurélio divagar é andar sem rumo certo, é vaguear, é discorrer sem nexo, é desvairar, é fantasiar, é devanear...
E nessa torrente de pensamentos desconexos penso no sentido mais literal do significado das palavras caráter e dignidade. Loucura!!! Sim, pois essa é uma árdua tarefa que exige profundo estudo e disposição para se compreender a realidade. E, para entender o que me proponho, devo estar louco, pois ter a intenção de ampliar a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua totalidade é coisa de gente sem juízo. Mas hoje o dia é meu, e na loucura que me imponho, escrevo o que quiser.
Não pedirei socorro aos gregos, tampouco me abrigarei nos filósofos da Igreja, nem mesmo à Santa Palavra de Deus recorrerei. Vou ficar com o pai dos burros, o Aurélio. Gente boa o Aurélio!!! Quantas vezes já me estendeu as mãos. Talvez seja seu filho mais medíocre, mas o respeito que lhe devoto, ahhh, esse é enorme. Vamos devanear...
Caráter é uma marca, é uma qualidade inerente a uma pessoa, que a distingue de outras ou de um grupo. É a natureza, o temperamento de alguém, é o conjunto de qualidades de um indivíduo, ou de um grupo. É a firmeza e a coerência das atitudes de uma pessoa, é o domínio de si próprio. Tudo bem, você não se convenceu. Talvez ache que existem qualidades boas ou más. É verdade, mas caráter para mim denota coisa positiva. A falta de caráter é que é o problema...
Engraçado, pensei em caráter de forma tão profunda há pouco tempo, quando recentemente fui confrontado com uma atitude de arrogância e grosseria. Mas paciência, afinal, quando não se entende o espírito das coisas tudo fica mais difícil. Até porque logo depois, em situação de confronto, aquele indivíduo insano, cheio da autoridade passageira que seu cargo lhe conferia, subverteu a ordem das coisas, e ele sim, numa total falta de entendimento do espírito das coisas, se mostrou de uma fraqueza, de um medo, de uma covardia, de um despreparo, essa é questão... DESPREPARO, de um mau-caratismo ímpar. E isso de um dia para o outro. Lembrando que mau-caratismo é a falta de caráter.
Os devaneios que ora se apresentam eram para tratar de caráter e dignidade. Mas como em poucas linhas já faltou o primeiro, acho desnecessário falar em dignidade. Mentira, na verdade é que isso tudo está me deixando nauseado. Se bem que mentiras sinceras sempre me interessaram. Cansei. Como um menininho emburrado, daqueles chatos que dão calundu, paro por aqui. Por pirraça não escrevo mais uma palavra sobre isso. Meu próximo passo é acordar desse delírio, deixar os devaneios de lado e voltar à mais louca e desvairada realidade. Sonhei...

* Daniel Oliva de Lélis é advogado e historiador

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